System Comic - sobre bicicletas e ciclismo urbano

Tuesday, December 30, 2014

Como recentemente o Yehuda Moon (http://www.yehudamoon.com) voltou "à vida" lembrei-me de procurar mais comics com foco na bicicleta, e encontrei variados mas o que me deu mais prazer de ler foi este do System Comic, pela sua simplicidade artística e pela mensagem humorística e satirizada.







E tem muitos muitos mais aqui:
http://www.systemcomic.com/tag/bikes/

Yehuda Moon is back?

Monday, December 29, 2014

Andava eu a ver como comprava os livros do Yehuda Moon, via esses sites estrangeiros e tal, quando me lembrei que um grande amigo vai aos states em breve e então pedi-lhe para me trazer os 4 livros... espero que os consiga encontrar e trazer, sempre fica mais barato que mandar vir.

No entanto a razão deste post não é obviamente a notícia da minha futura aquisição, mas sim o facto de que os criadores do famoso comic strip terem lançado novas "vinhetas" após mais de dois anos de interregno.



http://www.yehudamoon.com/
https://twitter.com/yehudamoon

Este já é antigo, mas hoje sentia-se assim o friozinho matinal... tão bom!! :)


Please come back Yehuda!

Funcionários- mais uma estória #2

(Na onda da sátira "Funcionários" do livro "Quotidiano Delirante" do artista Miguelanxo Prado seguem mais umas estórias de pura ficção...)

«
- Ora então bons-dias! - diz o homem ao chegar com voz arrastada de sono.
- Bom-dia! Bom-dia senhor engenheiro! - respondeu de pronto energeticamente o rapaz - Olhe, veio cá novamente o senhor vereador e diz que temos de apostar mais no tema da mobilidade, e mais especificamente nas bicicletas!
O homem sentou-se na sua cadeira e olhou de soslaio o rapaz.
- Hmmm, bicicletas, bicicletas... parecem uma praga agora. Andam por todo o lado a incomodar. Enfim, raio de moda que não passa.
O rapaz achava aquela postura muito desadequada aos tempos correntes, ainda mais em crise e com a escalada dos combustíveis o uso de meios alternativos de deslocação e até com benefícios consideráveis para a saúde era mais que uma simples moda.
O homem despertou da sua apatia matinal e num repente exclamou:
- Já sei! Grande ideia! Às vezes tenho uns rasgos...
- Então diga...
- No outro dia ouvi falar de que deveriamos criar mais meios e equipamentos para os bairros mais carenciados, de forma a criar condições de vida e sociais mais apelativas...
- Sim, sim...
- Passei de carro ali na antiga estrada da circunvalação, e reparei que num desses bairros mais necessitados já existe uma esquadra da polícia, uma piscina municipal, e até um rigue multidesportivo... fizeram há pouco tempo umas hortas urbanas, que estão um mimo diga-se...
- Sim, sim, conheço. Essa zona por acaso está planeado um dia ser revista em termos de via ciclável, pois é uma zona de penetração na capital desde os concelhos vizinhos. Poderia beneficiar imenso se investíssemos em infraestruturas de ciclovias, iluminação, sinalização, passadeiras/passagens, até o piso precisa de melhorias, etc.
- Ceeeertooo, mas não era bem isso...
- Hmmm, como assim? Então mas o que propõe?
- Para os gandulos não sairem lá do bairro deles e andarem por aí, acho que podíamos era construir uma... pista de BMX e talvez um skate-park. Brilhante!
- Acho que não! Acho que era preferível gastar o orçamento em coisas realmente úteis e necessárias. Arranjar e nivelar os passeios. Colocar pilaretes onde possa haver estacionamento selvagem. Melhorar a sinalização que está deteriorada. Criar rampas onde há escadas para facilitar a deslocação de pessoas com necessidades, ou até para os carrinhos de bebés. Sei lá... ter semáforos com avisos sonoros para as pessoas com dificuldades visuais, ou até com temporizador para ajudar os peões nomeadamente os idosos. Criar zonas de acalmia de trânsito, com lombas e desníveis nas zonas de maior aceleração. Sei lá, tanta coisa que realmente poderia ser dinheiro bem gasto em termos da mobilidade urbana. Iniciar ali um troço de uma vasta ciclovia, e todos os anos ir fazendo um bocadinho. Isso de uma pista para BMX e skates não me parece um bom investimento. Eu não metia aí o meu dinheiro.
- Outra vez essa conversa do dinheiro? O dinheiro não é teu! É dos contribuintes. Está tranquilo.
- Pista de BMX para a miudagem! Temos de ser um país com equipamentos... grandes estádios, autoestradas, pontes para veículos motorizados... somos grandes! Brilhante!

(A obra avança...)








- Ó senhor engenheiro, ao menos já que as máquinas lá andam, porque não aproveitar e fazer já os preparos para uma ciclovia. Isto com algum jeito fazia-se tudo de uma vez.
- Mas como assim?
- Então... andam cá em baixo a fazer a famosa pista de BMX e lá em cima ao lado das hortas cujas obras acabaram há meses voltaram a abrir chão para passar tubagens. Com o que já escavaram e taparam já tinha sido feita a dita ciclovia, e até um passeio para peões, pois aquilo de noite é um perigo, sem iluminação e sem berma. 




- Ó rapaz, isso é para outra Direção! Cada macaco no seu galho...
»


(Sobre a "pista de BMX" é total especulação minha, mas aquilo parece mesmo uma... não é que não faça sentido, mas outras coisas podem ser mais prioritárias... digo eu.)

https://www.google.pt/maps/@38.7354096,-9.2063592,3a,75y,158.62h,81.17t/data=!3m4!1e1!3m2!1sRUB12mJy4Rf3ZMWF0xJtOQ!2e0?hl=en

http://binged.it/1xbJcHZ

Insólitos de bicicleta em Lisboa 2014

Thursday, December 25, 2014

Alguns momentos "insólitos" do dia a dia apanhados na action cam no meu commute de bicicleta casa-trabalho-casa na zona suburbana de Lisboa .

Felizmente que não passam de momentos menos normais e não foram fatalidades, e infelizmente nem todos estão gravados em vídeo pois alguns ficaram apenas na minha memória.



Para ver os comentários convêm ser num PC pois em tablets e telemóveis não aparecem os comments do YouTube.

(lamento a minha parca capacidade de edição de vídeo)

Iluminem-se como o Natal!

Wednesday, December 24, 2014

Ultimamente tenho documentado em vídeo uma série de troços do meu commute que penso que beneficiariam muito em ter uma ciclovia. Mas a ciclovia per si não servirá de muito se não houver uma adequada iluminação.

Hoje é assustador circular de bicicleta à noite ali na zona que une a rotunda de Pina Manique e a zona do Parque de Campismo de Lisboa.



Por isso é que os ciclistas tem de se defender e nestes casos estar o mais visível possivel para os outros. Eu acredito que aos olhos dos meus colegas quando me visto para o meu commute de ~11kms devo parecer um alien - temos pena, não vou sentir vergonha de querer "proteger o meu pêlo".

Cada um sabe de si e Deus sabe de todos (ó eu religioso), mas os ciclistas que eu vejo sem luzes deveriam era ter juízo.

Resumidamente na minha bicicleta "Felicidade":
- tenho uma luz traseira no capacete a piscar intermitente a vermelho;
- tenho uma luz traseira na bicicleta com várias formas de piscar, vou mudando o modo mas tenho usado mais o modo estático;
- tenho a luz da própria bicicleta que vinha de origem e liga ao dínamo mas está avariada, tenho de ir tratar;
- tenho a luz dianteira do dínamo, está estragada tenho de ir arranjar;
- tenho uma luz LED com foco que ilumina imenso (ver vídeo em cima);
- e como esta luz no outro dia falhou-me tenho um pequeno LED que pisca apenas para sinalização, não dá para iluminar o caminho.
- as rodas tem obviamente refletores obrigatórios por lei;
- os pedais tem refletores;
- tipicamente uso casacos com refletores;
- uso nos tornozelos umas fitas reflectoras que também tem a função de apertar as calças;

Todo eu estou iluminado e visível, tal qual uma árvore de Natal... eu sou Natal!


Boas festas!


Suportes para parqueamento de bicicletas - U invertido

Monday, December 22, 2014

No final da Primavera de 2014 o número de malta a trazer bicicleta para o trabalho aumentou, muito, e como tal começou a ser complicado arranjar lugar nos suportes existentes lá no parque do trabalho.

A verdade é que este espaço é fechado na garagem da empresa e tem vigilância, e até inclusive há quem deixe as ditas simplesmente encostadas sem qualquer cadeado, mas ainda assim há uns de nós que gostam de as prender a algo e não as deixar simplesmente encostadas ali à parede abandonadas.

Assim, abordei os responsáveis do edifício para facultar mais parqueamento para as bicicletas. Após alguns telefonemas e emails, a pessoa com poder de decisão ficou sensibilizada e decidiu avançar com mais estruturas para "encaixar" bicicletas.

Nesta fase e já com a necessidade mais que entendida chegou a vez de explicar que as estruturas atuais não são as mais convenientes, pois são "entorta-rodas".



Depois de mais uma vez explanar as razões e fazer valer a visão de um utilizador de bicicletas, o responsável mostrou abertura para efetuar o pedido a estruturas convenientes mas pediu-me que o auxiliasse nesse aspecto.

Foi então que numa rápida pesquisa na internet encontrei a especificação facultada pela MUBi e lhe enderecei por email:

«
Em relação à montagem de estruturas mais adequadas, encontrei este artigo da MUBi (Associação pela Mobilidade Urbana de Bicicleta):
http://mubi.pt/?attachment_id=3081

'Suporte para bicicletas MUBi. Este desenho técnico tem as medidas que estão dentro dos padrões internacionais sobre estacionamento para bicicletas, e é recomendado pelo projeto “Selo amigo das bicicletas” da MUBi. Caso queira obter um, basta levar o desenho CAD em imagem vetorial a qualquer oficina de serralharia de metal, que por certo farão o dito suporte sem qualquer dificuldade. Caso o solo não seja sólido o suficiente, numa das extremidades deverá colocar-se uma sapata de betão.'
»

Tendo sido na altura do início do verão demorou algum tempo, mas um dia cheguei e lá na garagem já estavam os novos suportes para parqueamento de bicicletas como deve de ser.

Neste momento, estamos no inverno, os lugares de bicicleta sobejam - mas houve dias em que já com mais estes novos lugares estava tudo lotado.

Contruam que elas virão!




Primeiros dias de janeiro de 2015:




"Tour de Fuck You" ou a falta de sinalização?

Sunday, December 21, 2014

Esta semana no commute matinal ali na parte da Ciclovia de Monsanto (que pelos vistos se chama Ciclovia Lisboa Cidade (?)) quando me preparava para cumprimentar um dos vários commuters - que não conheço mas com quem me cruzo diariamente - eis que ele desvia o olhar para a estrada que nos ladeia num momento de estupefação. Eu próprio fiquei completamente espantado pela situação.

Então não é que um ciclista, daqueles mega licrados e com uma bicicleta de muitos milhares de euros (presumo, não percebo nada disso), passa por nós a abrir mas... do lado de fora da barreira de proteção que separa a ciclovia da estrada conhecida como Radial de Benfica, circulando depressa na berma dessa "auto-estrada" urbana.

Eu defendo que há certas zonas urbanas (nomeadamente dentro das cidades) que não faz sentido haverem ciclovias, mas também defendo que há zonas que deve haver essa segregação, especificamente onde o trânsito automóvel atinge velocidades elevadas.

Existem zonas onde há ciclovias e no entanto os ciclistas podem, segundo o novo CE, optar por usar a estrada (a que tem direito)... mas neste caso acho que é mesmo proibido (ver adenda no fim).

Aquela ciclovia tem alguns pequenos defeitos, é verdade, mas a sua existência é de uma importância extrema para unir a zona suburbana de Alfragide, Carnaxide, Miraflores e Linda-a-Velha a Lisboa.

Não se pode avaliar o todo pela parte, e este é daqueles casos em que UM ciclista, mesmo que em treino para a "Tour de Fuck You" (alusão ao videoclip do "Motherfucking Bike"), causa má imagem de um todo que luta por "direitos" mas que também tem "deveres".

Este projeto de "Alberto Contador" circulava aqui...





Não é normal! :(

Ver aqui no Google Street View.

----------------------------------------

Adenda: 

Entretanto como fiquei com a "pulga atrás da orelha" hoje no commute de manhã fui atento e reparei que não existe um sinal destes nas entradas por onde passei:



Portanto... legalmente falando, alguém que ande na estrada e entre ali naquele acesso vai acabar por circular de bicicleta numa "autoestrada" de forma legal!!! Ou estou a ver mal o filme?



Ver via Google Street View

Mas andam a poupar nos sinais?!

Carris/calhas nas escadas

Saturday, December 20, 2014

Há anos que não vou de bicicleta para a zona beira-rio ali em Belém e Alcântara, em Lisboa.

No outro dia numa incursão ao Museu da Eletricidade com a família (fomos de carro, verdade) usei esta estrutura que permite o acesso pedonal entre a barreira que existe de uma linha de comboio e 4 + 4 faixas de alcatrão (sim, 8 faixas de alcatrão!). Do outro lado está o futuro novo-mega-museu dos Coches.

Fiquei agradado por ver que já existe um carril/calha para facilitar a passagem de bicicletas, é que no "meu tempo" eu carregava a dita às costas...

As coisas vão avançado, devagar devagarinho...







https://www.google.pt/maps/@38.6959464,-9.1988948,3a,75y,125.72h,84.14t/data=!3m4!1e1!3m2!1ss9R1lz_bFbVVy7pTlIHPcw!2e0

Funcionários - ou como gastar dinheiro estupidamente #1

Tuesday, December 16, 2014

(Na onda da sátira "Funcionários" do livro "Quotidiano Delirante" do artista Miguelanxo Prado segue uma estória de pura ficção...)

«Era uma dia de semana como um outro qualquer, de um qualquer ano lá na repartição dos serviços da edilidade.

- Bom-dia... - disse o homem com voz arrastada ao chegar ao serviço pousando o jornal desportivo em cima da mesa.

- Bom-dia senhor engenheiro! - responde o rapaz franzindo o sobrolho - Quer dizer, já é é quase hora de almoço.

- É? - disse mirando o relógio - tens razão. Estive ali no café a trabalhar rapaz. Isto nem tudo se faz atrás de uma secretária entre quatro paredes - replicou.

- Agora que chegou... veio cá o vereador para tratar do tema da Mobilidade Urbana. Diz que ainda há orçamento para este ano e que temos de gastar a verba pois se não se gasta para o ano já se sabe que não podemos contar com o "ovo no cú da galinha", palavras dele.

- Isso é verdade rapaz, uma boa verdade. Aprende! Toda a gente sabe que se sobra orçamento então para o ano acaba a mama. Tiemos que gastar lo diñero! - disse sorrindo - Veio cá falar do quê? Mobilidade?

- Sim - esclareceu o rapaz pensado que o portunhol só ficava mal ao engenheiro.

- Ópá, tenho uma ideia genial para isso.

- A sério?

- Sim, sim... agora que anda aí a moda das bicicletas, eeh, as bicicletas é mobilidade não é?

- É, é! - confirmou o rapaz expectante.

- Isso... então pensei que podíamos fazer aí umas coisas boas para essa malta das duas rodas que agora andam praí todos excitados.

- Venha de lá essa ideia!

- Estás a ver aquele jardim lá em baixo perto da ribeira? - questionou o homem com entusiasmo na voz - Onde tem agora aquela esplanada, que até tem TV e costuma dar a bola? Gosto mesmo de lá ir, é agradável.

- Sim, até é perto de sua casa, não é? Costuma lá ir a pé?

- É mais ou menos perto, é um minutinho de carro. Não gosto de ir a pé pois há sempre carros no passeio e as calçadas estão em mau estado. 

- Está a falar a sério? - inquiriu o rapaz com ar reprovador - Mas aquilo não é complicado de estacionar?

- Há lá uns passeios a uns ciquenta metros que se estacionar assim meio em cima meio na estrada aquilo fica bem, e não incomoda ninguém. Há lá perto uma esquadra, mas se não estacionar nos lugares da deles então não chateiam.

O rapaz suspirou primeiro e engoliu em seco depois para não dizer nenhum impropério.

- Bom, mas e a ideia da mobilidade?

- Então no outro dia fui lá tomar café e ler o meu jornal, sabes, gosto de ir à esplanada pois apesar de haver ali um parque infantil tiveram a decência de meter na outra ponta do parque... assim os fedelhos não andam por ali a chatear, e os paizinhos que vêm ao jardim não abancam na esplanada pois tem de ir para o parque infantil acompanhar as crianças, hihihi, olha, não sei quem teve essa ideia mas é brilhante, ter o cafézito com esplanada e o parque infantil em zonas totalmente afastadas, assim não há cá misturas... bom, mas dizia-te... então não é que no outro dia fui lá e dois putos badamecos deixaram as suas bicicletas assim largadas no meio do caminho? É que quase não dáva para passar - e acabou de falar com ar de duradoura perplexidade.

- Hmmm, está bem, são miúdos, o jardim até é bom para a criançada andar de bicicleta...

- Certo, certo... mas cada coisa no seu lugar... daí que me lembrei que bom bom era meter ali uma daqueles estruturas para se estacionar as ditas, que achas? Grande ideia hã?

O rapaz pausou e pensou uns instantes.

- Honestamente? 

- Sim! Sim!

- Acho que não! Acho que era preferível gastar o orçamento em coisas realmente úteis e necessárias. Arranjar e nivelar os passeios. Colocar pilaretes onde possa haver estacionamento selvagem. Melhorar a sinalização que está deteriorada. Criar rampas onde há escadas para facilitar a deslocação de pessoas com necessidades, ou até para os carrinhos de bebés. Sei lá... ter semáforos com avisos sonoros para as pessoas com dificuldades visuais, ou até com temporizador para ajudar os peões nomeadamente os idosos. Criar zonas de acalmia de trânsito, com lombas e desníveis nas zonas de maior aceleração. Sei lá, tanta coisa que realmente poderia ser dinheiro bem gasto em termos da mobilidade urbana. Iniciar um troço de uma vasta ciclovia, e todos os anos ir fazendo um bocadinho. Isso de um suporte para bicicletas não me parece um bom investimento. Eu não metia aí o meu dinheiro.

- Poiiiiiis - arrastou o homem - o dinheiro não é teu mas é dos contribuintes, não te preocupes com isso. Olha que eu acho que é uma grande ideia. Acredita. Vais ver que metemos lá aquilo é vai encher de bicicletas. Tens visto muitos cegos a andar na rua? Não há. Não são malucos de arriscarem e serem atropelados. Deixa-te disso. Está decidido. Suporte para bicicletas para os fedelhos não me atrofiarem mais o meu caminho. É que assim depois já posso argumentar com os progenitores das crianças para irem lá estacionar as ditas. 

O rapaz já não estava com cabeça para argumentar, ele ali não mandava muito. Continuou o homem:

- Arranjar as calçadas e melhorar as condições para os idosos? E depois a minha santa Mãe ainda se arriscava a sair de casa sozinha e era um ai-jesus. Prefiro que ela fique sosseguadita em casa no sofá a ver televisão, lá está em segurança... ainda me aparecia na esplanada, já basta os almoços de família ao domingo.

O rapaz viu que na cabeça do homem não havia ponta de esperança. 

- E até te digo rapaz, isto bem feito, mas bem feito mesmo, é meter várias dessas estruturas espalhadas no parque, assim não há desculpas. Vamos lá estoirar, errrr, a aplicar esse orçamento. Mandamos meter dois, não três... isso... três suportes de bicicletas. Mas dos bons!  E um deles, o mais afastado de todos e longe de tudo, metemos uma estrutura de cobertura para proteger da chuva e do sol que é para ser o mais usado. Acho que é grande ideia.

- Olhe que acho que não.

- É grande ideia sim. Ainda metemos isto como comunicação positiva e obra feita no boletim do município, sempre fica bem e faz figura. Até tenho um amigo, err, um contacto... bom, um fornecedor cá da zona que faz isso barato. Rapaz, é BRI-LHAN-TE!
»

A estória é fição minha, mas os suportes são reais e existem no Parque Urbano de Miraflores, e nunca vi lá uma bicicleta que fosse... n-u-n-c-a!




Ver via Google Maps Street View

Adenda 1:
Hoje dia 20 de dezembro de 2014 na primeira visita à explanada após a escrita deste post eis que chego e está esta situação:



O "funcionário" que gasta assim o erário público deve ser daqueles que mete o escorredor da loiça na banheira, pois é onde faz sentido. Enfim...

Adenda 2:
Hoje dia 1 de maio de 2015, feriado do Dia do Trabalhador, vi finalmente a estrutura perto do parque infantil com algumas bicicletas.
Na minha parca e humilde opinão continua a fazer um mau serviço, pois leva a que as pessoas e crianças ali coloquem as suas binas que ficam longe dos olhares e sem qualquer segurança.
Eu levaria sempre a bicicleta para dentro do recinto para estar de olho nela, mas pronto, sou eu que se calhar sou picuínhas.



Pina Manique by night, a bad sight

Saturday, December 13, 2014

Ah e tal vai de bicicleta para o trabalho e o camandro.
Eu vou, mas considero que este meu troço de trajeto é muito perigoso, estou farto de bradar aos ventos e não cesso de melgar quem acho que pode ou deve ajudar a resolver este tema.



A minha bitola para que se faça neste trajeto uma ciclovia, ou se vá fazendo em fases, é simples:
- Eu, que me aventuro muitas vezes de bicicleta, considero o percurso seguro? Não!
- O meu pai que já conta 75 mas ainda tem muita destreza e reflexos (ainda anda de mota) andaria de bicicleta naquele percuso? Não!
- A minha mais-que-tudo que sempre andou de bina andaria naquele troço em commute ou até em lazer a passear? Não!
- Eu traria a minha mini-me de 5 anos a passear na sua bicicleta ou até puxada com um trailgator? Não!

Se não a um destes itens então é preciso uma ciclovia.

Querem que a cidade seja mais sustentável, então que se criem as condições (mínimas) a muitas pessoas que até estão para isso, mas se for em segurança!

Podem navegar aqui com o Google Street View e validar o trajeto e apreciar por exemplo o piso degradado e a falta de sinalização.
https://www.google.pt/maps/@38.7333034,-9.2078517,3a,75y,215.76h,77.33t/data=!3m4!1e1!3m2!1s0S425qBQxGQVKTlXiJ8s3w!2e0

No outro dia em conversa nas redes sociais alguém me referiu um determinado trajeto alternativo em detrimento do que faço, e contrapondo esse trajeto afirmei que não era lá muito fácil até para mim seguir ali no meio da "autoestrada urbana" o que a pessoa respondeu "Sim, é preciso firmeza!".
Com muito respeito pela opinião de quem acha que temos de conquistar o espaço na via pública e não criar segregações eu acho isso complicado. Isto não pode nem deve ser o far west onde só os fortes sobrevivem e os fracos são marginalizados (neste caso para dentro dos carros).

Vide novamente parte do meu percurso entre a rotunda de Pina Manique e a rotunda da Decatlhon na zona comercial de Alfragide (zona de Lisboa). Apreciai!

Vista traseira:


Vista dianteira:

Bicycle music playlist - youtube

Para o vídeo que criei recentemente coloquei algumas musiquinhas como pano de fundo, sobre binas e ciclismo e tal. Depois resolvi criar uma playlist com as ditas no youtube que podem ser vistas aqui:
Os videoclips apelam muito à bicicleta... :)

Hoje de manhã ao pequeno-almoço estava a ver/ouvir com a minha mini-me e praí ao terceiro vídeo ela mira-me nos olhos com um sentimento profundo e pergunta:
"- Popí, podemos ir andar de bicicleta hoje?"
"- Errr, mas está a chover querida..."
"- Quero ir andar de bicicleta, vá lá..."
"- Filha, se parar um bocadinho de chover e der para ir vamos andar, ok?"
"EU QUERO IR ANDAR DE BICICLETA!!"
"Ok, ok, ok... chiça..."
Estou a criar um monstrinho! :)

Mais à frente na playlist está um vídeo sobre Copenhaga, e eu disse que um dia haveriamos de ir lá visitar. Ela ficou mais atenta ainda a ver e depois perguntou:
"Mas... este mundo existe mesmo? Estas pessoas todas de bicicleta? Assim?"

Formatamos as crianças a viver dentro das latas fumegantes que depois acham estranho que haja quem faça uma vida diferente. Enfim...


Alforges

Sunday, December 7, 2014

A Felicidade (a minha city bike) é muito mais orientada para o commute, e agora no inverno em que está toda artilhada tenho usado muito mais que a Prazeres (estradeira)

Mas andava há que tempos para lhe comprar mais um add-on (isto das binas é pior que as Barbies, é só acessórios e mais acessórios).

Desde sempre que andava com um saco de desporto "atado" na bagageira, e até dáva aquele aspecto de trolha genuíno...


...mas tempo era de evoluir pois o que a Felicidade merecia era uns alforges.


Vi muitas opções mas acabei por ir à Decatlhon pois achei que eram os melhores em relação preço/qualidade.

(eu cheguei a ver alforges lindos mas que custavam mais que a minha bicicleta, mas tá tudo louco?!?!)

Gosto! Gosto muito...

É preciso uma ciclovia... mesmo!!!

Saturday, December 6, 2014

Apesar de compreender os motivos e princípios de quem defende que as bicicletas pertencem à estrada e que não há necessidade de segregar os meios de transporte mas fazer com que estes convivam, a minha mais honesta opinião é que isso não funciona em todos os sítios, dada a maturidade da mentalidade do condutor automóvel tuga.

Eu defendo, e defenderei, que no meio da cidade não há tanta necessidade de criação de ciclovias, mas nos arrebaldes e periferias urbanas de acesso aos grandes meios ninguém me convence que a criação de infraestruturas próprias e dedicadas não criaria um "boom" na utilização da bicicleta.

As ciclovias atraem pessoas, mesmo aquelas que nunca pensariam um dia atrever-se a fazer-se às estradas. E havendo 300 commuters em vez de 10 as coisas passam a ter outra bagagem de apoio.

A minha ainda parca experiência faz com que dia-a-dia consolide esta ideia... ciclovias para unir os subúrbios às cidades fazem a diferença entre adoptar para o commute diário a bicicleta em detrimento do carro. PONTO!


Já tinha explanado o meu ponto de vista no meu antigo blog aqui:
http://coluerseventy700ceq.blogspot.pt/2014/07/uma-ciclovia-o-sff.html

Como podem ler no post anterior deste blog, esta semana fui vítima de intimidação por parte de um taxista neste troço, e que poderia ter descambado numa situação crítica... para mim. Pois o condutor dada a sua atitude era bem capaz de bater e fugir. E ali sendo uma zona sem iluminação e sem testemunhas o infrator sairia ileso e impune.

Fiz este vídeo dias antes do dito episódio, durante a manhã, e coloquei alguma notas a fim de esclarecer alguns dos meus pontos de vistas (as notas só aparecem se visto no Youtube no PC - em telemóvel e tablets não dá!)

(Meti umas musiquinhas para não ser tão aborrecido, mas podem sempre ir saltando 5s carregando na seta da esquerda/direita do teclado.)

EU QUERO UMA CICLOVIA!!!





Tentaram abalroar-me...

Thursday, December 4, 2014

Começo já por dizer que esses fi-da-pu dos supostos condutores profissionais são os que mais road-rage tem e demonstram nas estradas, nomeadamente os "fogareiros" (vulgo taxistas para quem não conhece o termo).

Obviamente não serão todos nem a maioria, mas os automobilistas que mais me tem ameaçado e atacado tem sido esses supostos condutores profissionais.

Hoje, dia 4 de dezembro, no meu commute de volta a casa, já noite cerrada, mas bem iluminado qual árvore de natal com luzes a piscar, centrado na faixa de rodagem pois as bermas estão cheias de crateras e fissuras, a rolar nas mudanças altas a cerca de 35kms/h (ou até talvez mais) fui intimidado por um taxista que achou que os 10 segundos que ia perder na vida dele para me ultrapassar eram mais valiosos que a minha vida.

Começou por buzinar insistentemente ainda muito atrás de mim. Depois colou-se atrás a buzinar e a fazer sinais de luzes. Depois lateralizou o seu veículo e colocou-se a meio da estrada, metade em cada faixa pois eu não me movi para a berma (que está cheia de buracos), depois olhei-o nos olhos e como levava uma gola e ia depressa nem falei nem gesticulei nada, e ali a um palmo de mim se tanto o homem gritava-me de dentro da sua lata. Num fugaz momento em que o mirei de novo percebi que dada a aproximação do veículo que vinha em sentido contrário ele resolveu guinar para cima de mim. Só tive tempo de me desviar o suficiente para não chocarmos.



Todo eu fiquei cheio de cólera e raiva e desatei a pedalar para o alcançar, devo ter batido o meu tempo daqueles 3kms de mau piso de estrada. Procurei o energúmo nos cruzamentos e sinais e rotundas mas já ia longe. Não sei o que faria se o apanhasse, estava todo eu muito nervoso.

No meio daquela excitação (pela negativa) olvidei o mais básico nestas situações, memorizar a matrícula do veículo. Meti a cabeça para o chão e desatei a pedalar atrás do animal que nem me lembrei de fixar a dita chapa para agir mais tarde. Logo por azar esta semana até tenho usado a camara para filmar o troço a fim de documentar e exigir uma ciclovia ali naqueles 5kms mas não a levava no momento. Acho que agora vou levar todos os dias, não serve de prova em tribunal mas servirá para provar factos.

Não é com campanhas que isto lá vai!
A polícia que faça o seu trabalho!
A ANSR que faça o que lhe compete.
As camaras que façam o que devem...

Aquela zona merecia uma ciclovia, pode vir a poupar vidas!

Video filmado dois dias antes no mesmo local, com um amigo de commute:


Depois de me passar a raiva, estou triste... é uma merda de mundo este em que as pessoas nas latas as usam como armas e não tem respeito à vida dos outros.

La mia bici sorpasso di una Ferrari :)

Ah, a Ferrari, a marca do Cavallino Rampante!

Com o seu design fantástico, o seu motor portentoso e poderoso, o seu carisma, a sua presença que não deixa ninguém indiferente.

Mas isso tudo conta para nada no meio do commute da cidade, pois fica lá parado paradinho como todos os outros, "sossegadito" na fila enquanto a Felicidade rola e rola!

Ó para a Felicidade a papar um Ferrari! Embrulhem italianos! Wahahahhaah :



Sta fermo, italiano. 
Estafermo era um tipo de boneco, geralmente de metal, com uma arma presa numa das pontas e escudo na outra, usada para treino da cavalaria na Idade Média. Significava fica quieto, fica parado, "sta fermo". Usado como figura linguística na literatura portuguesa caiu em desuso com o tempo.
Ex.: Olha um Ferrari feito estafermo no meio trânsito. 

Hoje de manhã passei por um senhor na casa dos 70, vestido normalíssimo, que tocava uma gaita-de-beiços; tive de buzinar a uns peões que ocupavam a ciclovia e como tal distraí um artista de rua (penso que é malta do Chápitô) que ao deixar-se cair do monociclo e largar as cenas malabaristas sorriu para mim e diz, em sotaque brasileiro: "opá, isso é golpe baixo, assim não cara!"; e mais à frente passo por uma mulata gira gira (mas aí na casa dos 30 anitos) que estava a ir para o trabalho a cantar em criolo mas a viva voz. 

Dentro de uma latinha perde-se tanto do mundo...

Vós sois uma ameaça!

Wednesday, December 3, 2014

Natal, festas e festividades, almoços e tal...

Hoje no trabalho foi o almoço cá da malta e tivémos a sessão de prendas para o amigo secreto.

Eu ganhei umas pulseiras que vou estimar para sempre... a minha amiga secreta acertou em cheio!


Já um outro colega/amigo recebeu isto:


Ele é ciclista de fim-de-semana, dos que galgam montes e vales, e quando lhe pedi autorização para postar esta sua imagem respondeu:

"Okapa, sem problema 
E sabes que mais, para um ciclista de estrada , eu até estou 100% de acordo com o que está escrito na caixa :)"

Eu admito que também estou. A minha buzina (não uso campaínha) dá um jeito para avisar os mais distraídos.

Sei que é tema sensível entre as comunidades de ciclistas e da cultura da bina, mas eu sinto que as pessoas já não ficam incomodadas com os avisos e cada vez entendem melhor. Eu agradeço sempre e as pessoas acenam ou pedem desculpa por estarem onde não deviam!

Não sejas uma ameaça! Compra uma campaínha! 
(E já agora luzes, que acho que há aí malta que não percebe que isso pode ser fatal... )

 

BiciCultura

Visite o Planeta BiciCultura

Visitas

Pesquisa

mais lidas

Tags