Ilusão do conhecimento

Tuesday, August 18, 2015

Estava a fazer um zapping este domingo, dia 16 de agosto, e apanhei o programa "Quebra-cabeças" ("Brain games") na RTP2 que me captou o interesse.

O tema era "Ilusão do Conhecimento" e fez-me refletir e até rever no que aí estava a ser transmitido. Eu não sei tudo, mas às vezes até tenho a mania que sei... e como eu muita gente, né? :)

Mas mais do que a mim, fez-me rever os incompetentes que são responsáveis por fazer as borradas no que respeita a ciclovias e demais infraestruturas de mobilidade nalguns e determinados centros urbanos.

«
Deparamo-nos constantemente com problemas que não sabemos resolver, e se fossemos honestos connosco próprios, admitíamo-lo.
Os psicólogos têm um termo para isto: "Ilusão do conhecimento"
(...)
Embora o mais provável seja não saberem como funcionam a maioria das coisas, o vosso cérebro acha que sim. O vosso cérebro prefere fingir saber algo do que admitir que não sabe, por forma a manter a ilusão de que sabe tudo sobre o mundo.
(...)
Sob muitos aspectos a ilusão do conhecimento é necessária para vos impedir de terem de enfrentar a vossa própria INCOMPETÊNCIA.
»
VIDEO AQUI;
(video gravado com o telelé, peço desculpa à RTP2 e à National Geographic, o youtube cortou o acesso por copyrights)

Desde há meses que a Rua Marquês de Fronteira em Lisboa está em obras profundas (mais uma vez) e eu sempre esperei que dali surtissem melhorias para a mobilidade suave na cidade, mais a mais que já existem uns troços de ciclovia naquelas artérias circundantes.

Essas ciclovias já existentes tem  falhas técnicas mas também temos de admitir que tiveram o condão de potenciar o uso de bicicletas na cidade, só que o facto de terem sido mal desenhadas/implementadas deveria ter servido de lição e fazer melhor de futuro.

Mas não!


Ciclovias em cima do passeio, algo a repetir de tão bom que é... NOT!

Construiu-se novos trechos de ciclovia em cima de passeio, reduzindo o espaço dos peões quando deveria era ser reduzido o espaço do transito motorizado. É essa a tendência nas capitais do mundo civilizado e não a criação de "autoestradas" no meio das cidades.

Criam-se ciclovias à cota do passeio e intervalado com passadeiras e, pasma-se, paragens de autocarros, criando assim conflitos entre ciclistas e peões.

Novos sentidos de trânsito e traços contínuos o que impossibilitam o legal uso e cruzamento nas ruas, fazendo (como já acontece) que bicicletas, motas e carros façam infrações.

Enfim... um vasto número de aberrações!


A obra ainda não está acabada, é verdade, mas já se vê as bicicletas a fazerem gincanas no meio dos peões. E os peões em cima da ciclovia, lisinha.






E nada melhor para a mobilidade urbana que reduzir possibilidades de fluxo de trânsito com montes de sentidos obrigatórios e traços contínuos.


A obra não está acabada, quiça ainda estão a meter mais pilaretes, mas entretanto é isto! (Foto: Luis Miguel)

A MUBi até fez uma carta ao xôr presidente da CML:
http://mubi.pt/2015/07/24/rua-marques-da-fronteira-assim-nao-camara-municipal-de-lisboa/

E não, não me perguntem como é que eu faria... é que eu não sou um "especialista" pago para trabalhar no assunto! Sou um mero utilizador que sabe pela experiência do dia-a-dia que aquilo que foi feito é uma borrada e é dinheiro mal gasto (o nosso dinheiro!).

Tal como o devaneio na Ribeira da Naus onde meteram uma ponte de madeira que agora ao fim de um ano e pouco vai ser substituída. Se está melhor agora do que estava há uns anos? Que sim! Está! Mas podia e devia estar beeeem melhor! É um martírio para toda a gente passar ali... mas está muito melhor! Mas loonge do que deveria estar.

http://www.publico.pt/local/noticia/passadico-de-madeira-da-ribeira-das-naus-em-lisboa-so-durou-um-ano-1704916

(foto jornal Público)

Mas é um sentimento muito nosso né? Ficarmos satisfeitos com pouco... sermos pouco exigentes... enfim...

E a Rua Marquês de Fronteira? Vai ficar melhor do que aquilo que foi? Talvez.
Mas podia estar bem melhor do que aquilo que vai ficar! Mais um tiro no pé! Mais uma incompetência!

Não seria bom esses responsáveis pelo menos questionarem os reais utentes destas artérias e depois agir em conformidade com as necessidades reais?

Mas há praí uns iluminados que tem a "ilusão do conhecimento".
A esses a resposta a seu tempo.

Bicicleta e a indumentária

Sunday, August 16, 2015

Há dias ia a rolar para o trabalho com um outro commuter e vinha-me a gabar imenso que tinha comprado a Felicidade por ela ser "fully equiped", daí o nome "Coluer SEVENTY 700C EQ".

Cubo com dínamo, luzes, paralamas, suporte bagagem traseiro e... proteção do eixo e corrente para não sujar a roupinha.

Não é que no próprio dia a proteção do eixo e corrente (aquilo é um simples plástico) partiu? Coincidências!

Ora nesse dia não me apercebi e eis que me sujei todo nas calças que ainda por cima eram clarinhas :( Duuuh!


Como remédio lá tive de fazer o truque mais simples...


Claro que nos dias seguintes já me lembrei de trazer este pequeno apetrecho que costumo usar no inverno à noite (é uma fita que se enrola no tornozelo, vende-se em vários sítios, e é refletor):


E assim já não fico com a roupa suja de óleo da corrente! Nice...


Mas este post para quê?
Apenas para reforçar que para andar de bicicleta, no dia a dia, não é preciso roupa especial "de corrida". Cada um terá as suas rotinas e os seus percursos... E deve adaptar-se em termos de roupa a essas rotinas.

Eu no meu commute casa-trabalho (11kms) no verão vou de calções e tshirt e depois tenho uma muda de roupa que troco no trabalho. Mas se depois à hora de almoço vou a algum lado (3 ou 4kms) levo a roupa do dia, não vou trocar de indumentária só porque vou de bicicleta almoçar a algum lado.

E mesmo com a roupa normal às vezes é preciso algum cuidado, como arregaçar a calça ou usar uma destas fitas, mas isso também não é obrigatório... é só para não ficar sujo.

E já fez dois anos de Felicidade...

Saturday, August 8, 2015

... e está quase a fazer um de Prazeres (comigo, que a dita tem uns 20 anos)!

"Comprei a Felicidade!"
http://coluerseventy700ceq.blogspot.pt/2013/07/comprei-felicidade.html

"Apresento-vos a... Prazeres!"
http://asminhasbicicletas.blogspot.pt/2014/08/apresento-vos-prazeres.html


Mas o que interessa realçar não é a idade das minhas meninas, mas sim a mudança do chip. Do meu chip.

Fez em julho dois anos que decidi que na medida do possível iria tentar ir mais vezes para o trabalho de bicicleta, em detrimento da scooter, pois os transportes públicos e o carro não são opção (demora-se muito tempo e gasta-se muito guito!).

Tem sido tal o sucesso desta mudança que este ano de 2015 já fui mais vezes de bicicleta para o trabalho que de outra forma. E sabe tão bem...

Infelizmente em setembro como a mini-me vai mudar de escola as coisas vão mudar um pouco, mas já estou a engendrar meios de me orientar, fazendo um commute repartido (depois explico).

O que me faz confusão é toda a gente que podendo continua a preferir gastar a vida numa bolha ambulante e gastar parte do seu soldo em manter essa bolha... Pensem!! É grátis.







A minha vida está mais rica! Mais cheia! Mais feliz... Conheci muita gente nos meus commutes, ajudei uns tantos, troquei impressões e palavras, tenho uma vida mais humanizada, não estou fechado numa bolha! Sinto a natureza, os elementos, a cidade...



Pensar é grátis! Pensem!

Rescaldo da Mega Massa 2015 : Lisboa > Oeiras

Monday, August 3, 2015

Da rotunda do Marquês de Pombal em Lisboa até ao Largo do Marquês em Oeiras : um mega successo.

(foto António Maldonado Cruz)

Foi efetivamente um evento ímpar!
"Once in a blue moon", embora a dita só surgisse em pequenos rasgos por entre o céu novelado que nos primou do sol à ida e da lua à vinda.

Um acontecimento inolvidável para todos os cerca de cem ciclistas que aceitaram o desafio de querer fazer parte da mudança e rolar numa percurso de grande beleza e enorme potencial para a nossa capital e o seu concelho vizinho de Oeiras.

Havia uma grande miríade de ciclistas, miúdos e graúdos (o mais velho tinha só 87 anos!), de robustos atletas aos mais anafadinhos, de belas e esbeltas damas aos mais rufias, da malta que não dispensa a licra aos mais casuals, de capacete ou com o cabelo ao vento, de amigos a casais de namorados, bicicletas de todos os feitios e para todos os gostos!

Há sempre muitas estórias para contar, mas deixem-me só referir esta.
Quando estávamos quase a abalar do sopé do Parque Eduardo VII uma senhora aí na casa dos seus 50 e muitos lá ganha coragem e questiona-me:
- O que é isto? É algum passeio organizado de bicicletas?
- Não! - disse-lhe sorrindo - É uma coincidência em que as pessoas se juntam aqui todas as últimas sextas de cada mês e depois vão dar uma volta pela cidade... não é organizado, acontece...
- Está a gozar comigo?
- Não, não... isto é algo, assim, tipo, espontâneo, mas que acontece todas as últimas sextas de cada mês, percebe? Sempre aqui neste sítio... mas não é nada organizado... não tem um percurso... acontece... a malta junta-se e vai andar por aí.
- A sério? Então para a próxima contem comigo! - despediu-se sorrindo.
Se isto não é um bom prenúncio nao sei o que seria.

Ouvi muitos e variados comentários positivos durante e depois da mega massa. Quero só deixar aqui dois de duas pessoas que tem muito mais calo que eu quer no uso da bicicleta como meio de transporte quer no número de Massas Críticas que já fizeram. São pessoas que eu sei de facto que estavam muito descontentes com o rumo que as MC's de Lisboa andavam a ter com muita agressividade e falta de respeito com o restante trânsito. As MC's devem fazer-se notar, mas não conflituar e criar animosidade.

"Foi muito fixe! Ambiente descontraído, sem conflitos com o restante trânsito, percurso lindíssimo, excelente convívio com os amigos, foi perfeito!"

"Também gostei muito. Fez-me recordar o que eram as MCs antigamente: rolar pacificamente sem conflitos entre automobilistas selvagens e ciclistas desordeiros. Grande iniciativa!"

Por todo o lado as pessoas acenavam ao nossos gritos de ordem "Mais bicicletas! Menos Carros!", sorriam aos timbres das campaínhas e ao som das cornetas! Havia contentamento  estampado à passagem daquela massa!

"Não há como negar, as bicicletas são alegria!" - disse-me um companheiro de massa na zona da Ribeira das Naus enquanto atravessávamos aquele piso horrível.

A minha bicicleta chama-se "Felicidade" por um motivo.

Descrição na página do Facebook da MC Lisboa:
"Percurso: 3 voltas ao Marquês de Pombal, descemos a Avenida da Liberdade e seguimos em direcção ao Terreiro do Paço. Alegrámos a Ribeira das Naus com a nossa passagem, no Cais do Sodré encontrámos o eléctrico 18 e seguimos a pedalar pela Avenida 24 de Julho. Passámos por Alcântara, Belém, Algés e fizemos uma breve pausa para subir a colina junto ao Jamor. Percorrendo a Marginal, enfrentámos a tão temida curva do Mónaco, seguiu-se Caxias, Paço de Arcos, até Santo Amaro de Oeiras. Observámos o Jardim Almirante Gago Coutinho a caminho da estação de comboios de Oeiras, de onde após breve paragem, saímos para terminar esta Massa Crítica no edifício do Município de Oeiras em grande festa!"

Uma coisa que ajudou nesta massa foi o uso de uma aplicação para smartphone que permitiu a quem estava na massa transmitir o trajeto ao vivo, e assim muitos conseguiram ir juntando-se a meio pois conseguiam ver num mapa (via um simples browser) em tempo real onde a massa estava:
http://glympse.com/

Para mais tarde recordar:

Videos da Mega Massa 2015:




Álbum de fotografias #1 (António Maldonado Cruz e Ana Paula Cardoso):
https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.10153631227397044

Álbum de fotografias #2 (António Baganha):
https://www.facebook.com/antonio.baganha/media_set?set=a.10200840707417709.1073742087.1764714884

Notícia no Pedais.net:
http://pedais.pt/muitas-dezenas-de-ciclistas-pedalaram-na-marginal-por-uma-ciclovia-ate-oeiras/
"Tratando-se de uma iniciativa sem organizadores, como é caraterística das massas críticas, nem terem sido contabilizados os participantes, foram seguramente muitas dezenas os ciclistas que partiram do Marquês de Pombal, em Lisboa, até ao edifício histórico da Câmara de Oeiras."

Todos juntos por uma causa, de forma pacífica e positiva... pela mobilidade urbana!

Estou cá com um feeling que a MC de setembro, após a Semana Europeia da Mobilidade, também vai ser em grande!!

--------------

Não sei como foi o regresso do resto da malta para Lisboa, pois acabei por ficar em Oeiras a jantar e só voltámos lá pelas 23h30 de bicicleta num grupo de 5 pessoas pela Marginal... aí sim com a lua a iluminar as águas espelhadas do Tejo que beijava o mar... que desperdício que é esta costa para ser usada apenas como via-rápida para carros em constante excesso de velocidade :(


...e para acabar relembrar a Proposta de Ciclovia na Marginal:
https://cicloviamarginal.wordpress.com

 

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