Observando a urbe

Wednesday, May 6, 2015

Tenho andado com uma maleita no pé direito e como tal na passada segunda e ontem terça vim na minha scooter ao invês de vir de bicicleta.

Ao final do dia, já à vinda para casa e depois de uma paragem rápida para fazer umas compras de última hora na Avenida António Augusto Aguiar em Lisboa, eis que a minha companheira decide que não quer ligar... a bateria morreu!

Bom, eu pago seguro para alguma coisa pelo que telefonei para o número da seguradora para ativar a assistência em viagem. Correu tudo bem, o normal, mandaram vir o reboque e um taxi para me levar a casa. Como era final do dia disseram-me que ia demorar uns 30m, estive à espera 1 hora (entre as 19h e pouco até às 20h e tal).

Sentado a ver a urbe a palpitar, eis o que posso aferir por simples observação...

A Avenida António Augusto Aguiar é, parcialmente, uma autêntica auto-estrada.


O trânsito motorizado automóvel e de duas rodas flui a velocidades elevadas para uma artéria dentro da cidade - bem mais de 50kms/h.

Muitas pessoas vão a conduzir ao telemóvel, e num momento vi quatro carros seguidos com os condutores a mexer no telemóvel (navegar no facebook? instagram? sms's?).
Vi um senhor a ler o jornal e a conduzir, I kid you not.

A grande maioria dos carros leva apenas o condutor.
Da grande maioria de carros só com o condutor a maioria são senhoras, verdade!
Dos carros que levam casais tipicamente é o homem que conduz.
Dos carros que levam crianças tipicamente é uma senhora que os conduz.
Passaram poucos carros com a lotação cheia.

Em 1 hora passou um Porshe e um Lamborghini (acho que era) que tinham umas grandes bufadeiras a largar barulho - mas não existe lei do ruído?

Passaram imensas motinhas, scooters e motões, alguns a fazer muito barulho - mas não existe lei do ruído?

Em uma hora passaram uns 3 ou 4 autocarros de transportes públicos, e um deles era basculante e nem metade da ocupação levava. Passaram vários autocarros turísticos.

Sentado onde estava via os peões a caminhar cabisbaixos nos passeios pois a calçada portuguesa é traiçoeira e existem imensos obstáculos (postes, caixotes do lixo, etc).

O passeio é ridiculamente pequeno comparado com as 8 faixas de alcatrão mais uma faixa de estacionamento para os automóveis. As motas também não tem muito estacionamento legal pelo que pontilhava uma ou outra em cima do passeio.

Os semáforos fazem com que os carros acelerem para queimar os vermelhos, em uma hora ouvi umas 5 vezes travagens a guinchar os pneus. E assim que caí o verde saem num disparo como se fosse o início de uma corrida.
Os peões atravessam nos vermelhos e muitas vezes "atiram-se para a estrada" (dixit Barbosa) a correr onde nem há passadeiras, alguns ao telemóvel e distraídos.

O ar que se respira é pesado, sem grandes áreas verdes, e os níveis de ruído elevado (para conseguir falar ao telemóvel tive de me resguardar na entrada de um prédio).

E o que é que isto tudo tem a ver com bicicletas...hmmm?

Que no meio desta babilónia urbana fiquei deveras surpreendido por ter visto passar umas duas dezenas de bicicletas nesta artéria agressiva.
Verdade verdadeira! Mais vinte bicicletes!!
Três delas passaram em cima do passeio (ainda lhes "rosnei").
Quase todas era malta vestidinha do dia de trabalho a ir para casa ou para outros afazeres... Impressionante!
A arriscarem a vida naquela "auto-estrada" com os automóveis em pura condução agressiva e excesso de velocidade...
Mas lá está, tudo homens dos 20 aos 50 anos.

Se calhar isto corria melhor se houvessem mais infraestruturas, redução de vias de trânsito motorizado, diminuição do limite de velocidade, mais fiscalização.

Existe a vontade, o povo quer, mas quem manda e decide tem de criar as condições...


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