Ele mal se apercebeu que era eu, devia estar distraído nos seus pensamentos. Passados uns minutos recebo um SMS:
Mau, é que o som da corneta nem tem nada a ver com o melodioso som da gaita dos amoladores.
E isso lembrou-me que tenho de afiar uma série de facas mas sempre que o amolador passa lá na rua eu não tenho possibilidade de recorrer aos seus serviços... mas hoje consegui!
Ouvi o som característico do seu chamariz a ecoar nas ruas e acenei-lhe à distância da janela, ele veio e parou à minha porta. Acordamos valores e lá foi ele tratar de limar o fio da navalha de uma meia-dúzia de facas rombas que hibernavam na gaveta dos talheres.
É um senhor já nos 60 e muitos, com a tez marcada do sol de muitos anos, com um cigarrinho de enrolar na ponta da boca e de uma amabilidade fantástica. Deve ter vivido uma vida inteira neste mester, quiça desde menino moço.
Quando me entregou as seis facas diz-me: "Não as lave com água quente ou na máquina que isso estraga o fio."
Se quisesse fazer mais negócio não me dizia nada e daqui a um ano estava a afiar-me as mesmas facas. É gente honesta.
Há quem pague para ir ao ginásio rolar em bicicletas-estacionárias, eu paguei para o amolador fazer exercício enquanto me tratava de aguçar as lâminas.
Por falar em cornetas, buzinas e campaínhas, ouvi falar destas coisas "Oujing Cycling horn":
(não estou a aconselhar, só a dizer que existe...)
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