* mas desta vez não fui eu que rolei, infelizmente!
Finalmente calor!! (Apesar de que para mim assim já está bom! Mais não, sff...)
Nós lá de casa e mais um casal amigo combinámos um piquenique ali no Parque Infantil do Alvito em Monsanto, Lisboa.
É um espaço fantástico para as famílias, os miúdos adoram e é mesmo muito agradável.
Pena é que sendo um local tão central a Lisboa só quase seja acessível de carro.
Há transportes? Sim, há, mas não dá jeito a todos, e assim torna-se super cómodo ir... de carro! Obviamente!
E claro que com o respeito que o tuga tem gera-se o caos pois toda a gente quer estacionar o mais próximo da única entrada do parque o que leva a que fique tudo encalacrado.
E o respeito pelo código da estrada ou o respeito ao próximo deixa de existir, pois o umbigo de cada um é sempre o mais importante. "O meu umbigo é mais bonito que o teu." - li algures aí na internet.
Ainda assim recomendo muito! Vão!
Almoço de carne grelhadinha, mesa com sombra, até apareceram umas ações da CML para animar a criançada e os graúdos. Muito bom!
Estava eu estendido na mantinha à sombra na relva e ouço uma mãe para um miúdo ao meu lado:
"Ó Mánel, despacha-te a brincar se ainda queres ir à praia!"
Mas esta gente bate bem? Estão ali num pequeno paraíso para os miúdos e está a stressar a criança para ir à para praia? Apanhar trânsito para ir ter com o resto da carneirada? Jiizzz.
Mais uma vez nestes parques existe a regra de "
Bicicleta não entra!" e tem um estacionamento à porta. Que estava desta vez com dois exemplares....
Aliás, eu sabendo que bicicleta é complicado já não levava a da miúda, mas a minha filhota de 5 anos ia a entrar de trotinete: "Trotinete não entra!" - chiça!!!
Perguntei ao meu amigo M. quantas pessoas ele acharia que durante o dia estariam ali naquele parque, ele mandou: "O dia todo? Hmmm, talvez umas duas mil pessoas..."
Honestamente deve ter sido o dia em que lá fui que vi aquilo mais cheio. Eu fujo das multidões e não gosto destes grandes ajuntamentos, sou assim, mas até costumo ir muitas vezes a este parque, mas sempre fora dos dias de enchentes. Portanto hoje foi um dia em que aquilo para mim estava mesmo pelas costuras!
Como só vieram de bicicleta duas pessoas, por acaso exatamente o meu amigo M. e o seu filho F. de 8 anos, fazendo umas contas de merceeiro, para um dos melhores parques da cidade para famílias e criançada, assumindo os tais 2000 ocupantes, então provavelmente, hoje foram apenas 0,1% pessoas de bicicleta para o parque.
Talvez menos de 1% de transportes e quiça uns 99% de carro. É este o futuro que queremos?
Atenção, eu e a minha família fomos de carro (e carregados de coisas, mantas, comida, bolas, trotinete, arca com sumos, etc) mas não estou a dizer para fazerem o que eu digo e nao o que eu faço, nao sou desses. E há muita gente que leva carrinhos de bebés e montes de tralha e com os atuais transportes será complicado.
Mas o que eu queria mesmo era ter condições para poder convencer as minhas babes a irem de bicicleta.
Mas com as atuais infraestruturas? Nem pensar!
Não vou ser mártir da causa nem expôr a minha filha de 5 anos aos perigos da estrada.
Ainda assim só tenho a tirar o chapéu ao M. e ao F. que decidiram rolar de casa ao Alvito e voltar (serão uns míseros 3kms mas na selva do trânsito é uma aventura).
E é por eles, e por todas as famílias que querem ser livres de escolher o meio de transporte ativo para deslocação, seja de bicicleta ou a pé, que devemos todos assinar esta petição:
Ban Ki-moon: WE DISAPPROVE OF THE CAR LOBBY APPOINTED AS UN SPECIAL ENVOY ON ROAD SAFETY
Pode ser pouca coisa mas pode ajudar a mudar um bocadinho os poderes no mundo e a pressão para mudar o paradigna atual em que um pai e um filho tem de se refugiar de bicicleta no passeio para se sentirem seguros a deslocarem-se num parque florestal impestados de carros a velocidades bem acima do limite.
Nota:
O facto de não deixarem as bicicletas entrarem faz algum sentido pois aquilo está cheio de crianças a correr desvairadamente (no bom sentido!), mas mesmo assim acho que deveriam deixar entrar à mão, para as pessoas terem um olho nas ditas.
O M. e o F. de 20 em 20 minutos iam à porta ver se as bicicletas ainda lá estavam... isto é parvo!