Circulam nas redes sociais vários artigos sobre as virtudes da bicicleta que os portugueses descobrem quando vão lá para fora.
O mais recente é este do "Jornal i" cujo parangona é:
"Portugueses de Londres aderem em massa à moda da bicicleta"
Eu não tive até hoje uma experiência profissional (de longa duração) "lá fora", e as vezes que por lá andei mais tempo foi de férias em que a percepção é obviamente diferente. Mas apercebo-me que "lá fora" as coisas são diferentes. Mesmo muitos colegas de trabalho, mais velhos e não só, que já tiveram experiências de vida no estrageiro admitem que usavam a bicicleta como meio de transporte e/ou os transportes públicos com mais frequência que por cá.
Ora como é óbvio, um tuga não muda do dia para a noite.
Não sai do aeroporto em Portugal com uma ideia de vida e aterra noutra cidade europeia com a cultura desse país embutida na sua mente. E quando regressa não "embrutece" ao passar a fronteira.
É óbvio que a informação, a cultura e o civismo moldam as ações das pessoas, mas tem de haver algo mais...
Eu tenho muitas conversas e discussões com amigos e conhecidos que, felizmente, pensam diferente... não digo que tenham razão ou deixem de ter, mas que pensam as coisas de outras maneiras... nomeadamente sobre isto do ciclismo urbano e o commute de bicicleta.
Um grande amigo meu, que percebe e entende as virtudes do uso da bicicleta, mas que cá em Portugal não a adopta, e tem mil e uma desculpa todas elas válidas (como todos os outros que não "arriscam") foi recentemente uma temporada larga para o Brasil.
Amiúde manda-me estas pérolas, para "brincar" comigo :)
Mas recentemente recebi com muita satisfação no meio de umas conversas por mail estes parágrafos:
"Eu imagino que devas andar com o coração nas mãos sempre que sais para a estrada de bicicleta, eu não conseguia...
Em contrapartida, aqui no Rio estou seriamente a equacionar em comprar uma bicicleta em segunda mão, porque existem excelentes condições para nos deslocarmos para todo o lado em ciclovias, e os automobilistas e os ciclistas convivem muito serenamente (mesmo com alguns excessos de velocidade).
Continua..."
Ora, então o que falta para levar as pessoas em Portugal a mudarem o "chip"?
É a educação?
É cultura?
É a lei?
É a fiscalização dessa lei?
São incentivos?
Claro que sim...
Mas o que faz as pessoas largarem o carro e apostarem na bicicleta são infraestruturas!
São as ciclovias! São mais ciclofaixas!
Adenda:
Eis que o meu amigo já se converteu... hajam infraestrutras e as pessoas mudam o chip!!
Infraestruturas precisam-se! (mas das boas!)
Friday, February 27, 2015
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