Carta à ANSR sobre o PENSE

Monday, January 2, 2017

Carta aberta à ANSR sobre o PENSE.


Caros srs. responsáveis da ANSR pelo PENSE,

Foi com alguma desilusão que passei os olhos no vosso trabalho PENSE - PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA e constatei que novamente a ANSR está com o foco errado, no que concerne aos meios ativos de locomoção nomeadamente o uso da bicicleta.

Ora não é que continuam a querer induzir o ónus da responsabilidade aos ditos utilizadores vulneráveis, quer peões quer utilizadores de velocípedes, no tema da segurança rodoviária?

Querendo agora e contra todas as estudadas e provadas realidades obrigar o uso de um capacete ao invés de focarem-se no real problema que causa a dita insegurança na via pública, e que é não mais que o excesso de veículos automóveis e a sua escessiva velocidade dentro das localidades.

E criar campanhas direcionadas aos utilizadores vulneráveis para que estes estejam informados?

As vossas campanhas de informação são péssimas, por exemplo criando e fomentando o medo do uso da bicicleta como meio de transporte, fazendo com que as pessoas se afastem desta solução. Ao invés deveriam copiar as boas campanhas que se faz um pouco pelo mundo que mostram pela positiva e pelo humor o uso deste meio e não criarem campanhas pela negativa fazendo transparecer que o uso da bicicleta é perigoso e até mortal!

Más campanhas da ANSR, pela negativa:



Boas campanhas, pela positiva:

Não obstante o uso do capacete em alguns videos, quiça movidos pela mesma percepção errada que o mesmo protege em todos os casos e feitos de forma arteficial (são spots publicitários) e não pela realidade, o facto é que estas campanhas são muito mais positivas e apelam ao bom-senso e ao civismo de forma positiva.

Sobre o estudo da obrigatoriedade do capacete para uso de bicicleta, mais uma vez e não obstante o facto de quem faz BMX, BTT ou ciclismo de estrada dever, e na sua grande maioria, usar capacete pois podem ter quedas em que este dispositivo pode efetivamente salvaguardar a cabeça de lesões, está mais do que provado quem em países onde a bicicleta é um meio de deslocação o seu uso não é obrigatório. Inclusive nota-se que os países que tem obrigatoriedade do seu uso tem registado um decréscimo da adopção da bicicleta, numa clara demonstração de causa-efeito.

Não faz sentido quem anda a 10kms/h para ir comprar pão ter de andar de capacete, ou mesmo para a difusão de modelo de sistemas de bicicletas partilhadas, como se vê nas grandes cidades pelo mundo.


Ou qualquer dia também vão estudar o uso de capacete pelos peões na via pública?



Estes seguintes video refletem a realidade, da segurança na via pública de bicicleta, e em que quase ninguém usa o dito capacete:


Mas isso não significa que o uso de um dispositivo de proteção passiva não possa em casos excepcionais efetivamente ser útil e proteger a cabeça, mas se assim é então quiça devessem estudar a possibilidade de obrigatoriedade de uso de cabeça em veículos automóveis, pois os números demonstram que há muitas colisões que provocam traumatismo cranianos aos ocupantes destes veículos. Seria uma medida que salvaria muitas vidas e até complicações em lesões que poderiam ser evitadas. Não vi no PENSE essa intenção, mas quiça deveria estar a ser ponderada.



O tema da segurança rodoviária é efetivamente de todos e para todos, mas o vosso foco sobre a insegurança não está apontado para o lado correto.

É preciso reduzir a velocidade excessiva e há muitos exemplos pelo mundo de como se faz. Mais peões e mais bicicletas são uma forma de reduzir essa insegurança, as medidas que fizerem diminuir esses meios são contraproducentes! PENSEM!


Cmpts

2 comments

  1. para eles a cabeça é tão importante... que não a USAM! é só porque sim.... ou seja, minhoquices.

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  2. Tudo serve para desviar a atenção da questão central do problema que é o efetivo cumprimento do código de estrada, ele é seguro, ele é os sinais vermelhos e agora o capacete, como se esses factos diminuíssem os acidentes (alguns são crime) contra mais vulneráveis (bicicletas e peões) nem o catual código de estrada fazem cumprir já andam a inventar

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