MAMIL e o respeito ao código da estrada

Sunday, January 4, 2015

Se procurarem na net por MAMIL irão encontrar muitos artigos sobre o tema, cujo significado é "Middle Age Man In Lycra"

Refere-se a uma "moda" que por cá tardou mas que apareceu agora com alguma força e que não mais é que a malta andar aí toda equipada de pés à cabeça como os "pros" do ciclismo e do btt.

Hoje precisei de ir a um sítio e fui de carro, passei na Marginal de Oeiras e em estradas ali para o Jamor e Queijas, e eram bandos deles... bandos enormes... MAMIL's!


Não tenho nada contra e acho muito bem! :)

Pelo menos estes começam a adoptar estas atividades desportivas de bicicleta, o que é um primeiro passo. Estes ciclistas de fim de semana terão mais propensão a pegar numa bicicleta no dia a dia do que alguém que se desloca sempre e só de carro.

O que me custa é que tal como em todo lado há quem não respeite ou se dê ao respeito.

Em pleno dia vários desdes ciclistas de estrada vestidos de negro de cima a baixo, confundiam-se com as sombras e nem sempre são visíveis na estrada.

Vi muitos a não ocuparem o seu lugar, circulando nas bermas a alta velocidade - não devem ainda ter visto um video que por aí circula de um moço a fazer um 360º quando toca num objeto numa berma.

E quando vinha a subir ali a Av. Tomás Ribeiro de Queijas para Carnaxide apanho dois rapazes aí dos seus 50 a 60 anos totalmente MAMIL - eu admiro estas pessoas, a sério - que já deviam estar no final da sua volta matinal.


Resolvi seguir as regras à risca.
Tinha traço contínuo e apesar de circularem à direita da estrada sem berma não dáva para deixar os tais 1,5 mts que a lei dita por isso fiquei ali atrás deles a 10kms/h, sem pressionar e a uma distância aceitável, não buzinei nem dei sinal de presença para além do normal barulho do motor.

Começou a formar-se uma fila de trânsito, óbvio.
Atrás de mim começam a buzinar-me! A mim!
Dois condutores não aguentaram e ultrapassaram-me a mim (ao meu carro), e aos ciclistas.
Ai e tal o código, a lei, e o camandro...

Os dois rapazes dos seus 50 a 60 anos já no final da subida e em claro esforço, já a uns 5kms/h fizeram-me sinal para os passar, pois estavam a ficar incomodados com a fila de trânsito que entretanto percepcionaram pelas buzinadelas.

Portanto, isto da lei é uma coisa muito bonita mas se ninguém cumpre de pouco serve...

No meu percurso de commute casa-trabalho, onde há muito espaço para se fazer uma ciclovia (ou troços de ciclovia) defendo que se deve segregar o trânsito pois aquilo não é uma rua mas uma estrada.

Não é viável acontecer este exemplo que aqui deixo de alguém respeitar o traço contínuo e ficar pacientemente atrás dos velocípedes. É utópico.

2 comments

  1. É utópico porquê? Acontece noutros países. E aconteceu em Portugal. :-) Se não é seguro, não é seguro. Se fosse um tractor, uma carroça, cavaleiros, etc, era a mesma coisa. Espera-se e ultrapassa-se quando for seguro. Se há quem escolha ser irresponsável e pôr-se a si próprio e a terceiros em risco, não o podemos impedir. Mas não vamos todos fazer a mesma coisa só para validar os maus condutores... A não ser que o tráfego de MAMILS seja tão elevado e frequente, e o tráfego automóvel também, é que faria sentido gastar dinheiro em alargar a estrada, presumo.

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    1. "Espera-se e ultrapassa-se quando for seguro. Se há quem escolha ser irresponsável e pôr-se a si próprio e a terceiros em risco, não o podemos impedir."
      That's the point! O tuga não quer esperar e não é por decreto que de repente todos passam a ter respeito e serem responsáveis...
      No percurso que eu defendo uma ciclovia, de Alfragide a Lisboa e vice-versa há inúmeros locais onde se fizer a a experiência de circular no meio da via verá que a irresponsabilidade dos condutores vêm ao de cima, em demasia.
      (obrigado pelo comentário, gosto de discutir ideias com pessoas inteligentes... mesmo que diferam da minha.)

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